Por trás da primeira vitrine virtual do mundo, que permite fazer compras de supermercado pelo celular no metrô de Seul, está uma estratégia de marketing. As prateleiras instaladas em agosto do ano passado, no metrô de Seollung, pela rede varejista Home Plus – marca adotada pela britânica Tesco na Coreia do Sul – parecem não impressionar os sul-coreanos que trabalham no bairro de Gangnam. A ideia, segundo a empresa, é incentivar o uso de seu aplicativo de compras pelo smartphone não apenas no metrô.

Conforme conta Sean Hur, diretor de operações on-line da Homeplus, a inspiração da vitrine virtual veio da campanha de inauguração da rede na Coreia do Sul. A Tesco ingressou no país em 2008, em parceria com a Samsung. Na época, as peças promocionais da campanha foram as colunas da estação de metrô de Jamshil, em Seul, forradas com imagens de prateleiras de produtos simulando as gôndolas de um supermercado. Em junho de 2011, a Samsung deixou a joint-venture e o grupo Tesco assumiu toda operação.

“Diante do crescimento dos aplicativos móveis, em 2010, decidimos incluir no aplicativo de compras on-line tanto o reconhecimento de código de barras como de QR Code [que pode ser identificado pela maioria dos celulares com câmera fotográfica para redirecionar o acesso ao site da loja]. A vitrine virtual foi criada em parceria com a agência de publicidade Cheil Worldwide para promover a imagem de que somos um varejista high-tech”, explica Hur ao G1.

Lançado em abril de 2011, o aplicativo é acessado por 52 mil pessoas por dia, sendo que 800 fazem compras, efetivamente. Além das compras, os serviços mais acessados são cupons de descontos, promoções, cartões de fidelidade e informações sobre lojas.

A estratégia foi testada pela Tesco em sua terra natal durante os Jogos Olímpicos de Londres, em junho, e inspirou varejistas no mundo todo. No Brasil, o Grupo Pão de Açúcar e o Submarino adotaram a experiência e o metrô de Barcelona, na Espanha, ganhou sua primeira loja virtual no início deste mês.

A divisão de lojas de departamentos HMall, do grupo sul-coreano Hyundai, entrou na onda e também adotou a vitrine virtual no bairro de Gangnam, em Seul. Na estação de metrô Samseong, produtos como doces finos para presente e vitaminas estão à venda sinalizados com QR Codes em um painel iluminado.

O público jovem é o principal alvo da vitrine virtual, que também foi instalada em dez pontos de ônibus próximos a universidades em Seul. Atualmente, 72% dos usuários que fazem compras pelo aplicativo móvel da Home Plus estão na faixa etária de 20 a 30 anos.

Compras pelo aplicativo
Para fazer compras pela vitrine virtual, basta instalar o aplicativo da Home Plus no smartphone e apontar para o aparelho para o código de barras logo abaixo da foto do produto escolhido. O sistema também permite que o consumidor use o aplicativo para comprar qualquer item comercializado nas lojas da rede, mesmo que não esteja no painel da vitrine virtual, selecionando seu código de barras.

Com o carrinho virtual completo, o usuário seleciona a forma de pagamento, que já está pré-cadastrada no aplicativo e o horário de entrega. Se a compra for realizada até 13 horas, o consumidor recebe a compra no mesmo dia. Nos bastidores, a seleção dos produtos é feita na loja física mais próxima ao endereço de entrega por um funcionário especializado.

A necessidade de espaço físico para os painéis torna a vitrine virtual limitada a uma média de 400 produtos, enquanto o aplicativo móvel permite acesso a uma vitrine on-line de mais de 35 mil itens em qualquer local. Por esse motivo, apesar da repercussão da iniciativa, não é comum ver um morador de Seul fazendo compras pela vitrine virtual da Home Plus.

Embora vivam conectados a seus smartphones, os sul-coreanos parecem ainda preferir as compras em lojas físicas ao modelo virtual. Do total de US$ 11 bilhões em vendas alcançado pela Home Plus em 2011, somente US$ 500 milhões foram registrados de compras via internet, sendo 8% deste montante pelo celular.

Segundo Hur, a meta para ampliar a participação das vendas por smartphones será definida somente no fim do ano. Por enquanto, a rede não pretende expandir o número de vitrines virtuais, informa o executivo.

Fonte:Fonte: g1.globo.com/tecnologia/noticia

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